Por Reinaldo Azevedo Eu nunca disse que o “povo brasileiro é pacífico”, não é mesmo? Se vocês recorrerem ao arquivo, verão que eu nem mesmo reconheço a existência da “categoria povo”. Ela costuma ser brandida por totalitários, fascistas ou socialistas, quando querem impor a sua agenda na base da violência, da porrada. Os que, em nome de convicções liberais — em alguns casos, libertárias — deram suporte ideológico ou teórico às manifestações vão acabar pagando caro. Aliás, o país já começou a arcar com o custo. Não, minhas caras, meus caros, não só não me arrependo do que escrevi aqui nestas três semanas como me orgulho. A soma de insanidades já é gigantesca. Não falo em povo, não! Nunca! Falo em pessoas. E as que moram no Brasil, considerado o aglomerado, são, na verdade, menos pacíficas do que as que moram em muitos outros países. Essa tese da passividade do povo é herança do que chamo “ hipomarxismo” : a suposição é de que povo não passivo faz revolução, vai para o pau, der...