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Curso de Bibliologia - Parte 1 - Texto

 


SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO LOGOS -  S.T.E.L.

CURSO DE BIBLIOLOGIA - PARTE 1

I UNIDADE

1 - CONCEITOS

- O vocabulário português, introdução, deriva do latim “INTRODUCERE” e significa a ação de levar ou introduzir para dentro.

- Em outras palavras é a iniciação pela qual passa uma pessoa, antes de entrar no estudo direito de um determinado assunto.

- No nosso caso, são todos aqueles estudos preliminares, ao estudo direto do conteúdo propriamente da Escritura. Vejamos alguns conceitos:

1– “ É a ciência que trata das questões críticas da Bíblia, tais como:

seu texto , língua , inspiração, canonicidade, autenticidade, autoridade e conteúdo.”

2 – “É o tratado de todas as questões, cujo conhecimento imediato é indispensável na preparação para se entender o sentido da Bíblia”.

3 – “É a ciência que trata de certos assuntos que são preliminares no estudo e interpretação da Bíblia.”.

4 “É o estudo da Bíblia, ou seja,Bibliologia, tendo como expressão sinônima: Introdução à 
Bíblia”.


II – SUA DIVISÃO

- A Introdução á Bíblia divide-se em duas partes:

1- GERAL

- Focaliza certos assuntos que são comuns ao estudo da Bíblia, tais como:

A- Como ela veio a existência
B- Como chegou até nós.
C- Sua inspiração.
D- Sua canonicidade.
E- Suas línguas.
F- Sua genuinidade e integridade.
G- Sua autenticidade e credibilidade.
H- Sua autoridade.


2- ESPECIAL


- Focaliza os livros separadamente em questões de:

A- Unidade.
B- Autoridade.
C- Caráter literário.
D- Data.
E- Local em que foi escritos, tenacidade, etc.

III – O OBJETO DA INTRODUÇÃO Á BÍBLIA
.
- É verdade que várias ciências entram no estudo da Introdução á Bíblia, tais como: Filosofia, História, Arqueologia, etc. e por isso corremos o perigo de ficarmos envolvidos completamente com estas matérias e corremos o alvo principal de vista.

- Portanto, a Bíblia, e tão somente ela, deve ser a nossa preocupação central durante o estudo desta matéria, tanto no seu todo, como em partes.

IV- ORIGEM DA PALAVRA BÍBLIA

- É a forma atual do vocabulário grego 
biblion, lê-se biblion) e significa literalmente LIVROS. Fato curioso é que este vocábulo na língua grega, tanto pode ser plural neutro ( não específico quanto gênero ), como também feminino singular. Sendo assim, como plural neutro ele ressalta PLURALIDADE quanto aos diversos livros da Escritura. E como singular feminino, ele evidencia maravilhosamente a UNIDADE do volume, apesar da pluralidade de livros.

- O vocábulo grego mais correto humanamente falando, seria o singular comum, todavia, mais prevaleceu a sabedoria do criador no simples fato de nomear o seu livro.

Queremos salientar que nem sempre ela foi chamada de Bíblia. Este nome lhe foi atribuído pela primeira vez no século IV , por um grande pregador chamado João Crisóstomo (345-407) . ele nasceu em Antioquia, era profundo conhecedor da Bíblia e inigualável orador. Foi chamado até de: “O BOCA DE OURO”, e é considerado um dos pais da Igreja.


V – OUTROS NOMES DA BÍBLIA (TÉCNICOS E FIGURATIVOS)

1- TÉCNICOS

A- “A Palavra” – Tg. 1:21-23.
B- “A Escritura” – Jo. 2:22.
C- “As Escrituras” – Mt. 22:29.
D- “A Palavra de Deus” – Mc. 7:13.
E- “A Palavra do Senhor” – IITm. 3:11.
F- “A Palavra de Cristo” – Cl. 3:16.
G- “A Palavra da Verdade” – IICor. 6:7.
H- “A Lei” – I Cor 14:21.
I- “As Sagradas Letras” – IITm. 3:15.
J- “As Palavras da Vida” – At. 7:38.
K- “A Escritura da Verdade” – Dn. 10:21.
L- “A Palavra da Graça” – At.20:32.
M- “A Palavra da Fé” – Rm. 10:08.
N- “A Palavra da Justiça” – Hb. 5:13.
O- “A Palavra do Testemunho” – Ap. 12:11.
P- “O Livro do Concerto” – Ex. 24.
Q- “Os Oráculos de Deus” – Rm. 3:02.
R- “As Santas Escrituras” – Rm. 1:02.
S- “A Lei do Senhor” – Is.34:16.

2. FIGURATIVOS.

A- “Uma Luz” – Sl 119:105.
B- “Um Espelho” – Tg. 1:23.
C- “Uma Fonte que Purifica” – Ef. 5:26.
D- “Uma Porção de Alimento” Jó 23:12.
E- “Ouro Fino” – Sl. 19:10.
F- “Um Martelo” – Jr. 23:29.
G- “Uma Espada” – Ef. 6:17.

- É claro que a maioria desses nomes variam segundo as traduções e se referiam especificamente ao Velho Testamento. Todavia com o correr do tempo foram aplicados imediatamente os dois testamentos. Já o apóstolo Paulo em I Tm. 5:18, afirma: “PORQUE DIZ A ESCRITURA: NÃO LIGARÁS A BOCA DO BOI QUE DEBULHA, E DIGNO É O OBREIRO DO SEU SALÁRIO.” Ora, o apóstolo cita simultaneamente DEUTERONÔMIO 25:04 e LUCAS 10:07 e chama-os sem a menor cerimônia de “ A ESCRITURA”.

VI – COMO ELA VEIO A EXISTÊNCIA

· Evidentemente até certo ponto do V.T. não temos nenhuma prova de que houvesse Palavra de Deus escrita. Deus falou especificamente a alguns homens como Adão, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, mas não se tem nenhuma informação que eles tivessem sido autorizados para registrar as Palavras de Deus.

· A Primeira evidência de que isso tenha acontecido está no livro de Êxodo 17:14, quando deus disse claramente a Moisés: “ESCREVE ISSO PARA MEMÓRIA NUM LIVRO”. E lemos depois em Êx. 24:04 que “MOI´SES ESCREVEU TODAS AS PALAVRAS DO SENHOR”. Depois disso, até o primeiro século, encontramos homens de Deus falando e escrevendo a Palavra de deus movidos pelo Espírito Santo”.

O homem de um modo geral, antes da Palavra de Deus ser escrita, era guiado por duas revelações estabelecidas pelo próprio Deus, a saber:

1. A NATUREZA

“ Os céus declaram a Glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.”- (Sl. 19:01)

“ Portanto, o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou, porque os atributos invisíveis de Deus, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo,“SENDO PERCEBIDO POR MEIO DAS COISAS QUE FORAM CRIADAS.” ( Rm. 19:20).


2. A CONSCIÊNCIA ( I Tim. 4:1)

“ Estes mostram a norma da lei gravada nos corações, testemunhando-lhes também a consciência ... acusando-se ou defendendo-se! (Rm. 2:15).

É por isso que o homem que nunca viu a Bíblia, saber internamente que matar ou roubar é uma coisa ruim. A atitude de Caim atesta esse fato. Mas essas duas revelações eram insuficientes para um conhecimento melhor de Deus. Porque a natureza só podia ensinar que Deus existia, era Poderoso, Criador, Bondoso,etc. E a consciência, apesar de todos os seus apelos para o bem, pode ser cauterizada e tornar-se quase inútil. Assim sendo, Deus já havia estabelecido na eternidade que sua vontade e propósito seriam no momento certo registrados num livro. Este livro veio a ser a Bíblia.


VII – COMO ELA VEIO ATÉ NÓS

O grande problema para todos os críticos, não é explicar como ela veio até nós e sim como o GÊNESIS chegou até Moisés. Para isso existem duas teorias.

1)TRANSMISSÃO VERBAL

Acredita-se que Adão recebeu de Deus todas as informações sobre a criação e as transmitiu fielmente a Lameque; Lameque a Noé; Noé a Abraão; Abraão a Jacó; Jacó a Coate; Coate a Hanram e Hanram a Moisés.

2) REVELAÇÃO DIRETA DO ESPÍRITO SANTO.

Seus defensores afirmam que Moisés escreveu o Gênesis sob completa inspiração do Espírito Santo. Particulamente não temos nenhuma dificuldade em crer que as duas coisas aconteceram: Ele tanto sabia alguma coisa sobre a criação, como foi inspirado para produzir o fenômeno que é Gênesis.

VIII – CARACTERÍSTICAS BÍBLICAS


1- CAPÍTULOS

Os livros que compõem a nossa Bíblia, quando foram escritos, obviamente não continham capítulos assim como hoje.

A moderna divisão em capítulos é atribuída primeiramente STEPHEN LANGTON, ARCEBISPO DE Canterbury, Inglaterra, falecido em 1228. Outros autores entretanto, atribuem essa tarefa ao cardeal Hugo, falecido em 1263, para usar numa concordância da Vulgata.


2- OS VERSÍCULOS.


A divisão em versículos, foi feita pela primeira vez por ROBERT STEPHANUS, de Paris, que era um impressor, para ajuda-lo na preparação de seu Novo Testamento grego, publicado em 1551.

Capítulos e versículos apareceram juntos pela primeira Vaz na edição de Stephanus da Vulgata Latina, em 1551.

3-O VALOR

Se por um lado traz grande contribuição para o manejo rápido e imediato da Bíblia, por outro lado, é prejudicial, pois sendo arbitrariamente, pode e tem interferido no sentido real de uma passagem.

Ainda pode dar a impressão de que a Bíblia é feita de milhares de fragmentos independentes e desconexos. Devem ser ignorados em certos casos tais como: Estudo bíblico, histórico e doutrinário.

ROBERTSON em seu livro: “ Introduction to the textual Criticism of the New Testament.” Pág. 100, declara: “ O PRIMEIRO PASSO PARA A INTERPRETAÇÃO? É IGNORAR OS MODERNOS CAPÍTULOS E VERSÍCULOS.”

Como exemplo do que expomos acima, vejamos um corte visível no objetivo da mensagem no final do segundo capítulo de João. O capítulo terceiro entra ali numa hora muito imprópria. (Leia o texto).
4 – OS PARÁGRAFOS

Também existe em nossas modernas bíblias, um sistema de parágrafos dividindo os capítulos e os assuntos em tópicos, e isso para ajudar o leitor a não perder o curso da narrativa. Apesar de tudo isso, lembremo-nos que a bíblia é um todo uniforme e que pode ser entendida com ou sem esses apetrechos.

5 – OS GRIFOS

Encontramos alguns casos nas versões de Imprensa Bíblica. Serve para dar ênfase ou salientar algumas expressões bem como palavras do texto.

Pode ser perigoso, pois algumas vezes se transformam em acréscimos ao texto. Nas versões Inglesas, os grifos são mais encontrados, Mt 6:32, Rm 3:05, Hb 13:23.

6 – NOTAS MARGINAIS

São mais freqüentes em versões estrangeiras. São pequenas explicações também chamadas de “notas de rodapé” que aparecem nas margens horizontais inferiores e algumas vezes nas verticais.

As versões modernas em português, não trazem mais notas marginais.

7- REFERÊNCIAS

São vistas geralmente no rodapé das páginas. Algumas versões antigas as trazem entre colunas. Sua utilidade é deveras notável.. servem para indicar textos paralelos, isto é, que abordam o mesmo assunto. Prestam grande ajuda ao estudo bíblico e doutrinário.

8 – OS ESCRITORES

Na junção dos 66 livros que formam a bíblia, está toda revelação de Deus para o homem.

Tomaram parte nessa fantástica obra de 40 homens, durante um período de 1500 anos. Entre eles encontramos: reis, agricultores, pastores, advogados, pescadores, um médico, um cobrador de impostos, etc.

O mais extraordinário é que alguns desses homens viveram em épocas e localidades diferentes. Alguns jamais se conheceram pessoalmente. Não houve entre eles nenhum convênio para que seus escritores fossem unidos formando assim um só volume. Aliás nunca passou pela mente que suas obras terminariam unidas em um só tema. Neste espantoso detalhe está uma das mais poderosa provas de que a Escritura não é um livro de origem humana.

Contribuição voluntária e sem valor determinado.
Marcio Gil de Almeida
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