Pular para o conteúdo principal

A ONU nunca recomendou quantidade de policiais por habitantes!

Artigo de Capitão PM prova que “recomendação” nunca existiu.
Para quantos habitantes um policial é capaz de prover segurança pública satisfatoriamente? Se você conseguiu dar uma resposta absoluta, vamos complicar o problema: para quantos habitantes um policial é capaz de prover segurança pública satisfatoriamente em São Paulo-SP? E se a mesma pergunta fosse feita em relação a Tóquio, capital do Japão?
Como se vê, responder a essa pergunta pode ser bastante precipitado, principalmente se levarmos em consideração as diferentes realidades sócio-culturais em todo o mundo. A despeito disso, está no inconsciente coletivo de muitos interessados em segurança pública que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu  uma proporção “recomendada” da quantidade de habitantes por agente policial existente em uma comunidade. Segundo diferentes vozes, como o G1, a ONU disse que o ideal seria “1 policial para cada 250 pessoas”. Na Bahia, um deputado estadual está querendo criar uma lei que visa “obrigar a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia a garantir, em todos os municípios baianos, o efetivo da Polícia Militar na proporção de três policiais para cada mil habitantes – ou seja, um PM a cada 333 habitantes –, conforme a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU)”.
A questão a se levantar é: essa recomendação existe, de fato? Se existe, por que cada um divulga diferentes proporções “ideais”? Um artigo publicado recentemente pelo Capitão da Polícia Militar do Distrito Federal, Sergio Carrera de Albuquerque Melo Neto, elucida de vez a questão, mostrando que a ONU nunca recomendou a quantidade de policiais por habitantes para seus estados-membros.
A primeira prova exposta pelo Capitão Sergio em seu artigo foi dada pelos pesquisadores norte-americanos Jeremy Wilson e M. Alexander Weiss, no trabalho “A performance-based approach to police staffing and allocation“, que em 2007 consultaram a própria ONU para tirar a dúvida:
“Considerando a influência internacional da ONU em recomendar e propor a seus Estados-membros medidas diversas a serem adotadas, a retórica criada e aceita como oficial por acadêmicos, imprensa e até membros de governos, de que as Nações Unidas estabelecem a relação de 1 policial para 250 habitantes foi questionada por WILSON & WEISS (2012) junto ao Centro de Informação das Nações Unidas em 2007, visto a inexistência de quaisquer documentos, como descrevem:
Porém, onde a ONU definiu tal parâmetro e qual o critério adotado? Em recente pesquisa sobre o assunto, ficou cristalina e incontestável a resposta a este paradigma, através do Centro de Informação das Nações unidas que assim se pronunciou: ‘o dado com o número de policiais por habitante não é das Nações Unidas e, portanto, não sabemos responder as suas questões’. (CENTRO DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2007). Portanto, como base de cálculo para efetivo policial, não existe qualquer parâmetro (WILSON & WEISS, p. 45, 2012).”
Não satisfeito, o oficial pesquisou e descobriu que no Relatório do Secretário Geral das Nações Unidas, por ocasião do 20º  Congresso de Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, realizado na cidade de Salvador-BA, em abril de 2010, se afirma, após pesquisa realizada entre vários países, que existia uma média mundial de 300 policiais para cada 100 mil habitantes no ano de 2006. Como o próprio autor afirma, ”trata-se de uma constatação, de uma conclusão com base em dados fornecidos e preenchidos por Estados-membros da ONU para a referida pesquisa, e não uma ‘recomendação’“.
Pois bem… Dando um xeque-mate em qualquer réstia de dúvida, o Capitão PMDF entrou em contato direto com o Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC RIO, 2013), em 12 de outubro de 2013, questionando a existência da tal relação. Eis a resposta que recebeu:
Prezado Sergio,
Muito obrigado pelo contato e pela checagem da informação. Desde já me coloco à disposição para quaisquer novas dúvidas que surgirem. As Nações Unidas não possuem nenhuma recomendação sobre o número de policiais por número de habitantes. Isto porque os contextos e níveis de violência variam de acordo com a comunidade, cidade, município, estado, país e/ou região. A recomendação é que cada contexto seja analisado conforme suas características (UNIC, 2013).
Portanto, resta provado que a Organização das Nações Unidas nunca cometeu a leviandade de sugerir a quantidade de policiais por número de habitantes em realidades tão distintas vividas em todo o mundo. Isso não quer dizer, obviamente, que as polícias brasileiras estejam adequadamente dotadas de efetivo policial. É legítimo e desejável debater o tema, mas sobre bases distintas desse “boato” sobre uma recomendação da ONU.
Determinar o efetivo ideal para uma localidade exige levar em consideração fatores como a área a ser policiada, densidade demográfica, a filosofia de policiamento implantada, as modalidades criminais existentes na região, a tecnologia disponível para o policiamento etc. Se isso varia muito no contexto de um estado brasileiro, que dizer em relação às vastíssimas diferenças entre países.

Postagens mais visitadas deste blog

Será que Conseguiremos nos Livrar da Destruição em que o Comunista Lula Está nos Levando?

 Cada dia que passa sabemos quem são os atores das verdadeiras ditaduras no mundo e no Brasil. Eles se enraízam na estrutura do poder público corrupta e na mídia corrupta, Os ditadores de verdade falam uma coisa, mas são outras coisa. Eles acusam os outros de ser aquilo que eles são. Eles falam em defender a democracia, mas são os que menos se importam com ela e trabalha sorrateiramente contra a mesma. Quando não tem argumentos, procuram calar os opositores com falsas narrativas, acusações falsa, rótulos ofensivos e depreciativos,  com processos e perseguições diversas. Procuram desmoralizar e desumanizar todos aqueles que não falam a linguagem deles. Eles acusam os demais de fascistas, sexistas, homofóbico, transfóbico, antidemocráticos, terroristas, anticientíficos, genocidas e até ditadores. A  ala  dos falseadores da democracia e dos vírus dos marxistas querem a abolição da família, da propriedade privada, a destruição do patriotismo, manipulam o concei...

Fabulas I

Faça o seu download gratuitamente. Toque aqui para acessar o e-book e fazer o download        Fábulas O gênero textual fábula é fascinante.  Este artigo estimula a imaginação, traz edições da vida, é um espaço para criatividade e bom humor, e encanto.  Estas estórias sempre me chamam atenção, pois nossa atenção está sempre presente.  Possui temas variados e foi escrito com o objetivo central de cultivar ou morrer de pensar / refletir e cultivar bons valores.  Título das Fábulas I- A Tecla com Complexo de Inferioridade  II- Assembleia das Árvores  III- Conflito entre a Estrela e o Satélite  IV- Conversa de Bicicleta  V- O Artigo  VI- O Boi da Praça  VII- O Fim do Disco Vinil  VIII- O Grande Mal da Manipulação IX- O Ministério das Meias Impares  X- O Reino dos Espinhosos  XI- O Reino dos Macacos  XII- O Reino dos Urubus  XIII - Origem do Texto - Parte I ...

Parábola dos meninos na praça Mateus capítulo 11:14-19

  Errata: A onde eu disse 3ª pessoa da Trindade, corrige-se para 2ª pessoa da Trindade. Contribuição voluntária e sem valor determinado. Marcio Gil de Almeida Pix 49981919500 Veja  obras de Marcio Gil de Almeida em forma de e-book: 1.  Fábulas I 2.  Fábulas e Ilustrações no Capricho 3.  Sermões edificantes I 4.  Sermões edificantes III 5.  Revelação de Levítico I 6.  Revelação de Levítico II 7.  Revelação de Levítico III 8. Universidade para Pais Contribuição voluntária e sem valor determinado. Marcio Gil de Almeida Pix  73982455883 Canal de Vídeo Marcio Gil de Almeida  . Blogs: Pastor Marcio Gil Files Educação  (blog)